Confronto

Duas vozes - duas visoes...
Diversidade de opinioes com direito de resposta...

domingo, fevereiro 29, 2004

2ª reacção às exigências sociais
Eu estou aqui.
Sou eu?
Não basta.
Quem mais desejo Eu ser?
Que mais quero afinal?
Eu sei... Ou não?
JV
Erro
Qual é mais fácil de encarar? O erro por ignorância ou o erro por mau cálculo das consequências?
O erro faz parte da essência humana, e o que melhor podemos fazer é aprender com ele. Mas, se o erro é fruto de uma inconsciência, perdoamo-nos. Se ele provém de um acto conforme com a nossa vontade e reflexão, vamos ser habitados por um leito de frustração, culpa e remorso. O que fazer?
Tentar voltar atrás e recuperar a situação anterior? Estaremos a tentar encobrir-nos do nosso próprio erro, e acabaremos por nada aprender com ele.
Tentar justificar o erro e contornar a situação adversa? Estaremos a magoar alguém, mas sabemos que estamos a ser correctos.
A verdade é que temos de arcar com as consequências... Com as consequências do erro, e com as consequências dos actos que tomarmos para tentar resolver a situação!
Vamos lá ver como é que a situação se resolve. Correcção: A situação não se resolve por si, por isso: Vamos lá ver como é que resolvo a situação.
Temos de ser responsáveis pelos nossos actos. Só assim assumimos o erro. Só assim ele será solucionado. E, só assim aprendemos com ele. (se aprendermos...)
DTG

quinta-feira, fevereiro 26, 2004

O que move meio mundo
Trânsito infernal, estacionamentos em quantidade desmesurada (e em qualidade muitas vezes duvidosa) multidões na rua, milhares talvez. Centena de carros, autocarros apinhados, repercussões em toda a cidade do que se passa num pequeno ponto dela. Foi isto que se passou dia vinte e cinco de Fevereiro de 2004, dia de um qualquer jogo de futebol num novo (e caro) estádio nesta cidade movida à força de uma bola (esférica, ainda...) e de uma cor (azul normal (ou doentio?)) chamada Porto. Parece que todos respiram e precisam tanto deste jogo desportivo colectivo quanto precisam de um bom prato de comida... A consciência de que não é só no Porto que isto se passa é o que mais me preocupa. Já aqui insisti nas barbaridades a nível económico que este mundo move e o incrível é que qualquer um destes fanáticos (doença da sociedade?) é capaz de gastar um balúrdio num bilhete para este tipo de passatempo (ou vício, causador de dependência) quando a toda a hora se queixam que falta dinheiro... Falta dinheiro para muita coisa (que não lhes interessa, certamente) mas para isto há...
Talvez não tenha o direito de sentir o que sinto, mas o que me vai na alma perante este panorama é revolta, pura revolta...
JV

segunda-feira, fevereiro 23, 2004

Dia da Liberdade (ou confirmação da opressão)
Liberta o povo uma faceta reprimida todo o ano nos dias cinzentos de trabalho. E surge então a festa que, para uns, é dos pontos mais altos do ano e para outros a mais sensabor e descabida celebração. E porque razão ano após ano se insiste num baile de máscaras, num desfile alegórico, em samba, serpentinas (que apesar de tudo deve ser o que tem mais piada, pequenos rolos de papel que se lançam em espiral)?
Em duas visões correntes, expressas no título não me revejo em nenhuma porque nada disto me leva ao manifesto. Escrevo para dizer que nada me apetece dizer sobre isto, além do que já disse ( e talvez já tenha dito demais para quem não quer dizer nada sobre o Carnaval e todo o seu conteúdo (existirá?) mas não resisto a deixar registada a minha apatia perante tanta euforia...)
Confusos pela minha incoerência? Não levem a mal, afinal é Carnaval...
JV
1ª reacção às exigências sociais
Eu estou aqui.
Sou Eu!
Não basta?
Quem mais desejam que Eu seja?
Que mais querem, afinal?
JV

domingo, fevereiro 22, 2004

Generalização perigosa
Fiquei abismado com a muita perigosa generalização feita pela Ministra da Ciência e Ensino Superior.
Custou-me a crer que Maria da Graça Carvalho tivesse dito que não acreditava que existissem pessoas que tivessem ficado fora do Ensino Superior por razões económicas! Julgo que foi uma generalização irresponsável e não ponderada.
Se as pessoas que estão nesta situação cumprirem o que a ministra pediu (para que elas contactassem o Ministério dando conta da situação sucedida), julgo que muitos telefonemas serão feitos para tal ministério.

(se no texto existir qualquer erro gramatical ou sintáctico deve-se ao meu estado de, quase, sonambulismo completo. agradeço a compreensão :) )
DTG

terça-feira, fevereiro 17, 2004

Frases que ficam XII

“Em sonhos, é sabido, não se morre
Aliás essa é a única vantagem (...)”

Sérgio Godinho, “Lisboa que amanhece”
JV

segunda-feira, fevereiro 16, 2004

Democracia
Frase-feita: "Tudo tem os seus prós e os seus contras."
E, eu reforço a ideia, é que, realmente, tudo tem os seus pontos positivos e negativos. E, nem a nossa democracia foge à regra.
Como disse Winston Churchill: "A democracia é a pior forma de governo, excepto todas as outras que foram tentadas ao longo dos tempos."
Assim sendo, se eu pudesse nomear um ponto negativo da democracia escolheria o facto de existir a possibilidade de haver uma manifestação de apoio a uma pessoa que, contra os próprios princípios da democracia, fugiu à Justiça, fugiu à mão que, por Direito, a deveria avaliar, julgar.
Quase ousei, enquanto português, sentir-me embaraçado pela situação daquelas pessoas, sem vergonha na cara, se manifestarem pelo facto que o fizeram. Optei por não me sentir assim e pensar na quantidade de felgueirenses que não marcaram presença na manifestação, e, ainda mais, em todos os portuguese que, como eu, se sentem enojados internamente com o que aquela senhora fez.


(E, a política tem destas coisas... O mesmo senhor que, há uns meses, apanhou uma carga de "porrada" daqueles manifestantes não censurou a manifestação. Imagino que se tivesse estado lá no meio, e tivesse voltado a apanhar, a censurasse.)
DTG

domingo, fevereiro 15, 2004

Sobre o que é socialmente exigido aos estereótipos sociais criados
Ao escrever o que agora escrevo, tento apresentar uma visão sobre aspectos da vida social que, como seres sociais, nos é, mais que necessária, imposta, imperativa, obrigatória.
A educação é um dos pilares que determinará, de forma vincada, que relações e que tipo de relações criaremos com os outros. E em Portugal ainda há uma cultura de opressão educativa, onde a pressão gerará stress e este criará dificuldades nos relacionamentos. Claro está que à educação se juntam factores internos que, apesar de dependerem de vários factores externos, têm uma componente mais controlada, mais intrínseca. Falo, por exemplo da personalidade de cada um. E é dependente desta personalidade que está, por exemplo, a forma como acatamos as normas sociais que nos são impostas. Uma atitude conformista conduz necessariamente à angústia constante de estar à altura do que nos pode ser exigido. Viver nessa pressão acaba por tornar-se rotina e haverá então o risco de confundir pressão externa com necessidade. Confundir de tal modo que aquilo que era confusão pode passar a ser verdade.
Inconformismo em demasia leva ao estereótipo do cidadão revoltado com o mundo, rebelde e em perseguição da quimera da “originalidade”. Um pouco a visão distorcida que é tida de certas faixas etárias da sociedade portuguesa... Se calhar um pouco devida à influência de “telenovelas” (num sentido lato) vindas um pouco de todo o lado.
Face a isto, o comum cidadão, quando dotado da virtude/defeito da reflexão (porque já Fernando Pessoa elogiava o gato que brincava na rua) vê-se defronte a um dilema. Como conduzir a nossa vida em sociedade se não estamos à altura do que ela de nós exige nem somos capazes de virar as costas às nossas necessidades (ou manias desvirtuadas)?
JV

sexta-feira, fevereiro 13, 2004

É a Vida feita de mais que isto?
Dor. Mais alguma coisa?
De que adianta um mundo pior que Eu se Me sinto apenas aqui, nesta dimensão...
Eu estou. Daí a Ser, a distância ainda é grande
JV

quarta-feira, fevereiro 11, 2004

De “Como se É” ao “Como se fala”
Às banais conversas do dia a dia está subjacente uma ideia de rotina. E na convivência social “rotina” talvez seja uma importante palavra para o reforço de relações. A queda abrupta que daí se dá até a pequenas facadinhas de desprezo, raiva ou zanga é repentina e inesperada. Quando damos conta é já quase insultuoso o discurso rotineiro. Pode adquirir um tom perigosamente agressivo, nada saudável e desviado da personalidade de cada um. Não mais existe um controle qualitativo do discurso e passa a haver um derrame descontrolado de estados de espírito.
Que direito tem alguém de ferir, ainda que sem intenção, a sensibilidade de outros com um desrespeito pela relação emocional ali em jogo? Será que com a desculpa de “Sermos nós mesmos” não desvirtuamos, por influência da convivência excessiva, a necessidade de ter controlo sobre o modo de lidar com os outros? Será que “Sermos nós mesmos” não será uma falsa forma de verdade social?
Regras básicas de convivência social ou impulsos irracionais, desgovernados e, por ventura demasiado arrogantes?
JV

domingo, fevereiro 08, 2004

O cão vadio e cão doméstico
O cão vadio vivia solto pela cidade, e sentia o vento a bater-lhe no pêlo e a dizer "liberdade...". E, era tudo aquilo que ele tinha sonhado.
O cão vadio já era vadio há tanto tempo que tudo o que desejava era uma trela no seu pescoço, e comida na sua casota. Estava farto de esperançar nos caixotes do lixo que, quase sempre, estavam vazios.
O cão vadio foi "adoptado" e tornou-se num cão doméstico.
O, agora, cão doméstico estava muito contente, pois tinha uma trela, carícias todos os dias, comida e abrigo. E, era tudo aquilo com que ele tinha sonhado!
O cão doméstico era doméstico há tanto tempo, que não conseguia tirar da cabeça a liberdade que, outrora, tinha tido. A liberdade de vasculhar em todos os caixotes do lixo que quisesse, mesmo que, quase sempre, estivessem vazios. Agora, estava condenado a um único caixote, mas que tinha sempre a sua comida e abrigo.
O cão doméstico conseguiu fugir e tornou-se num cão vadio.
O, agora, cão vadio vivia solto pela cidade, e sentia o vento a bater-lhe no pêlo e a dizer "liberdade...". E, era tudo aquilo com que ele tinha sonhado!

DTG

quarta-feira, fevereiro 04, 2004

Até ao trinta e sete
Desço de manhã a rua ainda fresca e envolta em névoa. Já se ouvem, no entanto, pregões que entoam de misterioso modo e estilo naquela calçada ladeada por altos prédios que fazem dela sombra o dia todo. Rua que não aquece senão pelo acordeão do senhor que pede esmola e pelas vozes enrouquecidas dos vendedores de lotaria. Formam-se filas para os quiosques onde os jornais já se mostram e dão-se a mostrar. A confeitaria enfeita a montra com doçarias, bolos, cremes... Não se consegue cheirar, mas sente-se o aroma a pão quente. Os ladrilhos ora brancos ora negros formam padrões por onde os meus passos andam. Um homem de fato corre para apanhar o autocarro. Ao desembocar na praça, vê o autocarro partir. O cor-de-laranja. Mas um azul ainda o espera.
Um bando de pombas levanta voo em simultâneo e aterra ali ao lado do imponente D. Pedro que parece estar alheio àquela manhã que de novo renasce. Aterram junto de um homem que, com um saco de plástico cor-de-rosa, lança ao chão milho e migalhas de pão. Duas ou três gaivotas juntam-se com os seus gritos. Pousam corajosamente no meio da praça onde, depois dos semáforos darem presença de si e lançarem ao mundo um verde palpitante, carros e mais carros lançam-se em velocidade desaconselhada. A fila do trinta e sete faz uma longa curva enquanto uma pequena multidão vinda de S. Bento, onde o tradicional vendedor de castanhas alicia as mais susceptíveis mentes ao conforto de um idílico dia de Outono (ou Inverno, já!), se aproxima em massa. Grupos de três ou quatro pessoas conversam animadamente. Um estranho sol de Inverno paira naquela praça (chamada da Liberdade), libertando o raiar de um sorriso dentro de nós.
JV

domingo, fevereiro 01, 2004

"Andar em círculos"
Deixo aqui um apelo para lerem o post do atacadores do dia 31 de Janeiro!
Não vale a pena tecer qualquer comentário, leiam... :)

DTG