Confronto

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domingo, fevereiro 15, 2004

Sobre o que é socialmente exigido aos estereótipos sociais criados
Ao escrever o que agora escrevo, tento apresentar uma visão sobre aspectos da vida social que, como seres sociais, nos é, mais que necessária, imposta, imperativa, obrigatória.
A educação é um dos pilares que determinará, de forma vincada, que relações e que tipo de relações criaremos com os outros. E em Portugal ainda há uma cultura de opressão educativa, onde a pressão gerará stress e este criará dificuldades nos relacionamentos. Claro está que à educação se juntam factores internos que, apesar de dependerem de vários factores externos, têm uma componente mais controlada, mais intrínseca. Falo, por exemplo da personalidade de cada um. E é dependente desta personalidade que está, por exemplo, a forma como acatamos as normas sociais que nos são impostas. Uma atitude conformista conduz necessariamente à angústia constante de estar à altura do que nos pode ser exigido. Viver nessa pressão acaba por tornar-se rotina e haverá então o risco de confundir pressão externa com necessidade. Confundir de tal modo que aquilo que era confusão pode passar a ser verdade.
Inconformismo em demasia leva ao estereótipo do cidadão revoltado com o mundo, rebelde e em perseguição da quimera da “originalidade”. Um pouco a visão distorcida que é tida de certas faixas etárias da sociedade portuguesa... Se calhar um pouco devida à influência de “telenovelas” (num sentido lato) vindas um pouco de todo o lado.
Face a isto, o comum cidadão, quando dotado da virtude/defeito da reflexão (porque já Fernando Pessoa elogiava o gato que brincava na rua) vê-se defronte a um dilema. Como conduzir a nossa vida em sociedade se não estamos à altura do que ela de nós exige nem somos capazes de virar as costas às nossas necessidades (ou manias desvirtuadas)?
JV