Confronto

Duas vozes - duas visoes...
Diversidade de opinioes com direito de resposta...

sexta-feira, outubro 21, 2005

Atento

Olhando-o encostado à porta do autocarro, dir-se-ia que ele não provinha de nenhum lado. Pior ainda, que não ia para lado nenhum. Estava com cara de dia chuvoso. Contudo, ilegível. Ele chovia em Si, apenas.
Aquele talvez fosse um momento, não um estado. E se fosse um estado, não parecia que ele o soubesse. Algures nos traços de névoa cinzenta do seu rosto, havia um horizonte de determinação. Seria verosímil vê-lo sorrir no dia seguinte.
Os corpos agitavam-se num suave balanço de viagem, embora o dele, seguro contra a porta, se mantivesse impávido. Naquele instante ele era, sem dúvida, imutável e perene.
Mas a porta abre-se. Abre os corpos ao mundo exterior. Ele afasta-se, apenas. Enquanto os outros partem, ele sente ar fresco no rosto, uma ligeira brisa que o arrepia. Uma brisa que cheira a Outono. Uma brisa perfumada com o cheiro de uma liberdade que desconhece há muito (tê-la-à conhecido um dia, há muito tempo atrás?).
Mas a porta fecha-se. Sempre fecha. Enquanto ele permanece e os outros não. Sabe que não está perto de chegar, a viagem parece longa. No entanto, olha sempre para o atalho mais próximo, com a esperança de um pequeno devio.

quinta-feira, outubro 20, 2005

A certeza

A doce tentação da piedade é fumo que cega a certeza, enquanto tenta confundi-la com o orgulho!!
A certeza é certa, dentro da relatividade e pragmatismo que nos encerra o papel de falíveis!!! Mas, se é tudo questão de perspectiva, então não tenho vergonha, tenho certezas...

terça-feira, outubro 04, 2005

Momento de medo

Onde me encontro, ameaças nunca antes imaginadas pairam próximas.
Outras mais antigas (e mais palpáveis) permanecem (a permanência é, tendencialmente, o estado dos medos).

Distingo estes momentos pelas razões que os despoletam. Nem sempre são as mais nobres, as mais razoáveis, as mais honrosas. Daí não haver nobreza, razoabilidade ou honra alguma nestes instantes.
Aqui, despojado de tantos valores preciosos, vulnerável aos maus presságios, procuro reconstruir-me.

Melhor, se possível.

Alberto continua a sua saga a caminho da senilidade

Agora admite interferir na linha editorial de um jornal da região autónoma e diz não se abster de o continuar a fazer futuramente. Grave.
Diz não ter medo de Jorge Coelho, nem fisicamente. Que raio de combate estará ele a imaginar?

Mais grave ainda: Ameaça os habitantes da região autónoma (chamo isto de ameaça... não vejo outro nome para isto!) do seguinte modo: os municípios que forem liderados pelo PS terão menos financiamento do governo regional!!! Isto é condicionar o voto, limitar os poderes democráticos dos cidadãos!!! E depois diz não temer (nem fisicamente, diz ele com toda a pompa pensando em combates inimagináveis) Jorge Coelho quando ele aponta o dedo ao tão afamado défice democrático madeirense...

Estas palavras são inúteis. De que vale o meu apelo? De pouco certamente... De qualquer forma cá fica: Alguém acorda aquele tipo para o conceito de democracia???