Confronto

Duas vozes - duas visoes...
Diversidade de opinioes com direito de resposta...

domingo, novembro 30, 2003

Pequenos prazeres
O prazer de ouvir um sincero “Como vai a Vida?”.
E é claro. Não pergunta pelo que é comum, banal ou corriqueiro.
Para ouvir o tradicional “vai-se andando”? Não é isso. O que está por detrás é algo parecido com “E Tu? Que é feito de Ti, do que És?”. E discorre-se em palavras fracas.
Mas Verdadeiras.
Obrigado.
“Não Vai.”
JV
Mail
Afinal o nosso e-mail ainda funciona :) Recebemos no nosso confronto@go.com uma mensagem da Catarina Oliveira, a quem agradecemos a consideração :), e vamos transcrevê-la a seguir, com a autorização da autora. Já recebemos o e-mail há algum tempo a sua publicação ser só agora tem um propósito: -O novíssimo Blogue da Catarina (cliquem :)) Esperamos que esta tenha sido o primeiro link a ser criado para o Cantinho dos Intelectuais (É pk é!).
Aqui está o texto:
"
Quantas vezes jé ouvimos a expressão,"...hoje não devia ter saído de casa..."?! É normalmente utilizada quando algo, isoladamente ou em sequência, que não desejamos acontece!!...
Pois bem, não existirão então dias em que pelo simples facto de estarmos á hora correcta, no local preciso aconteçam situações que nos mudam a vida?!
Que pelo facto de estarmos naquela banco do autocarro, junto á janela, o único que restava por sinal, pudemos ver ao percorrer o itinerário alguém com quem não tinhamos contacto há imensos anos, mas que tão bom é ver que ainda está POR CÁ, que está bem e que mudou tanto desde a última vez que o tinhamos avistado, algo que não aconteceria caso estivessemos aglomerados no corredor do dito autocarro, onde a única coisa que viriamos seriam braços e conversas paralelas!!...
Ou então quando vamos a determinado sítio, obrigados ou sem grande vontade, e até nos divertimos ou mesmo conhecemos um novo amigo ou alguém que sabemos que nos vai mudar a vida por completo!!...
Ou mesmo quando pelas palavras pertinentes que fizemos uso, obtemos uma reacção muito agradável da parte de quem as recebeu!!...
Inerente á condição humana está o facto de que só "estaremos" onde estiver o nosso corpo, por isso, em vez de ser apenas notícia de Telejornal casos como os de "sobreviventes a desastres aéreos porque perderam o avião", ou "sobreviventes de ataques bombistas no emprego porque no momento estavam atrasados devido ao trânsito", ou até "...sobreviveu á derrocada da sua habitação na zona dos quartos, porque no momento estava com descongestionamento intestinal na casa-de-banho!...", devemos também celebrar o que aconteceu de bom, ou o que de bom fizemos quando estavamos no sítio certo, á hora certa, por razões que inicialmente não inunciavam a importância de estarmos alí!!...Quantas destas situações não terão proporcionado belíssimas letras de canções, inspirado poetas, filantropos, heroís, e se não fazes parte de nenhuma destas categorias, o que terás tu concebido a partir das "situações maravilhosamente inesperadas"!!!...
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by Catarina Oliveira

DTG

sexta-feira, novembro 28, 2003

Banalidades ilegais (5) – Conversas de autocarro (2)
O elemento X (de volta em acção desde o episódio 2 desta saga de banalidades ilegais) é adepto das praxes académicas racionais. Trajado ia ele no autocarro da STCP (pra variar). Uma senhora, de idade avançada, (seja ela a Sra. Y) agarra-se ao seu braço com alguma força e diz-lhe “Sr. Doutor, muitos parabéns. Eu também formei dois filhos, um é médico dos olhos outro é Professor na Faculdade de Ciências.” O elemento X olhou a mulher afastar-se depois de mais duas ou três palavras desejando que metade dos caloiros lhe tivessem aquela reverência...
E a animação continua. Confrontado com uma enorme fila de trânsito algures ali a zona da Cordoaria do Porto o 37 ia mais vazio que o costume. Pouca gente de pé. Alguns metros atrás do meio do autocarro estava um casal, na casa dos 40 – quase 50 (aparentemente), que seria apenas mais um casal a passar despercebido no meio da multidão não fosse a sua acesa discussão sobre o Zodíaco!!! Sim, sobre o Zodíaco!!! O conjunto de signos solares que “astrologicamente regem a nossa vida”... “Não negue à partida uma ciência que desconhece...” (Um arrepio percorreu-me a espinha quando notei que acabei de escrever astrologia e ciência em duas frases seguida...)...
Muito animada ia a discussão (num tom bem elevado para que se ouça bem)! “O Touro é que é o melhor signo!!!” dizia ele. “É que vê-se mesmo que és Touro” dizia ela... “Mas não se compara com Sagitário” completava com ar superior. Ele ripostava: “Teimosa! Também se vê ao longe que és sagitário...”
Proposta de lei: Todos os das pela manhã o cidadão utente de transportes públicos deve parabenizar os seus comparsas utentes por uma razão válida exceptuando razões que o Horóscopo tenha divulgado pela manhã.
Punição: Todos os não aprazíveis cidadão ou todos os cidadãos que discutem Zodíaco aos berros num autocarro devem ser banhados em excremento de pombas da Baixa Portuense para provocar boa disposição matinal aos observadores.

PS: Portugal precisa de senhoras Y urgentemente. Acho que a continuar neste humor em breve teremos a estandardização da mulher pelo modelo Manuela Ferreira Leite. Lanço um apelo à alteração da lei da televisão por forma a proibir toda e qualquer imagem ou discurso desta senhora ministra.
JV
Frases que ficam (IX)
“Até Deus tem sentido de Humor. Basta olhar para o Ornitorrinco.”
In “Dogma”
JV
Não sentir
"Sentir...

...falta
...saudades
...vontade"

...aridez
...úlceras...

JV

quinta-feira, novembro 27, 2003

Sentir
Sentir...

...falta
...saudades
...vontade
...força
...inspiração
..."aquele fundinho no estomâgo"

DTG

quarta-feira, novembro 26, 2003

Memórias da minha geração
Convivo diariamente com inúmeras pessoas da minha idade, diferentes em imensos aspectos mas com experiências em comum. Atrever-me-ia a lançar o número 70 como percentagem mínima das pessoas nascidas em 83/84 que se deixaram fascinar por completo por aquela mítica série educativa “Rua Sésamo”!
Quem não se lembra dos clássicos:
“Eu tenho orgulho, orgulho, orgulho em ser uma vaaacaaa” ou:
“Podia, Podia, mas não ia dar. Quem é que martelava? Tum, Tum, Tum... Quem é que martelava? Tum, Tum, Tum...” ou ainda:
“Eu gosto de sopa (sopa, sopa), do seu paladar (sopa, sopa, sopa, sopa). Eu gosto de sopa, ao almoço e ao jantar (sopa, sopa, sopa, sopa)” ou então:
“Quero comer, comer, comer (Bolachinha!!!), Quero trincar, trincar, trincar (Bolachinha!!!) Quero comer, comer, comer (Bolachinha!!!) Com toda a arte devorar-te (Bolachinha!!!)”... E ainda:
"Uma banana, duas bananas, uma pra mim outra pra ti: bananas! São três ou quatro ou ainda mais bananas. Não verás uma banana só"
Lembro-me ainda dos fabulosos Egas e Becas que provocaram os eternos momentos de pesca (Peeeeeeeeixe, peixe, peixe, peixe, peixe, peixe, peixe, peixe, peixe, peixe....) Ou então o irritante Ferrão no seu barril (interrogava-me que estranho ser arrogante era aquele e o que tinha do peito para baixo) e o seu companheiro Agripino, o Poupas e as suas travessuras na loja do Sr. André e na casa da Tia Chica...

“Vem brincar. Trás um amigo teu. E ao chegar tu vais poder também, aprender como se vai até à Rua Sésamo, até à Rua Sésamo! O Sol nasceu. Como está lindo o céu! E ao chegar tu vais poder também ensinar como se vai até à Rua Sésamo, até à Rua Sésamo...”
JV
Frases discutíveis II
"Mais vale sermos desprezados do que sermos ignorados." (ouvi não sei onde... :/ )
DTG

segunda-feira, novembro 24, 2003

Re: Egoísmo!
"Eu sei exactamente o que queres dizer..."

Esta é o pensamento de muitos que leram o teu post, Daniel. Egoísmo inconsciente.
Sabes que entendo... Não "exactamente", mas entendo.
JV
Verdades que discorrem...
Para tudo há um fim. Demais. Procurar soluções para o evitar é o mesmo que navegar às escuras num céu nublado, onde as estrelas não existem, são ficção, obra das mentes requintadas dos sonhadores, dos fantasistas, dos líricos que ainda acreditam que vale a pena procurar o caminha marítimo para algum lugar que não é o Nosso.
Nós não pertencemos ao mundo que queremos. Nós pertencemos ao mundo que fazemos, que somos. Que se renuncie à ideia predefinida que o Homem é o Ser, Total, absorvente, capaz de sugar do exterior a essência do que não existe, do que são estranhas estimulações, estranhos devaneios literários no interior da nossa mente floreada que tem vindo a ser moldada geração após geração para nos fazer acreditar que estamos Lá perto. Tão perto... Mas digam-me? Já lá estiveram e conseguiram regressar friamente para darem testemunho racional dessa Verdade? Respondam-me! Sentem-Se? Naquilo que São ou naquilo que esperam Ser? Naquilo que todos os dias acreditam ver no espelho como um reflexo real?
Talvez o sonho seja o maior tormento. Mas talvez não sonhar seja... Seja o erro que comete quem busca uma Verdade que, paradoxalmente, não mais soa a Verdade quando dela tomamos consciência pois o coração tolda a mente.

Somos coração e não razão. Talvez seja esse o erro que faz de nós seres humanos...
JV
Re: Passado
Já uma vez disse: “Prateleiras!”. Difícil arrumar tudo. É tanto e tanto... E cada vez mais à medida que envelhecemos. Olhar para uma panóplia de papéis espalhados pelo chão da sala faz-me sentir realizado no meu estudo. Assumo desde há muito o meu caos. Sou desorganizado, assumidamente e não tenho qualquer intenção de mudar isso. Se um livro caído apodrecer e virar fantasma tudo pode complicar... Mas tudo tem os seus riscos. Não vejo fraqueza em subir acima de uma cadeira e sobrevoar a parafernália de momentos que enchem as nossas vidas, chocando com um ou outro objecto esvoaçante casualmente... Vejo fraqueza sim, nos que fazem o esforço de os apagar. Tudo tem um sentido... Talvez indecifrável, mas um sentido... qualquer.
JV
Egoísmo!
"Eu sei exactamente o que sentes". É tão egoísta esta expressão e nunca chegamos a nos aperceber disso. Utilizamo-la com bastante frequência e nunca pensamos friamente sobre ela...
A não ser que sejamos nós a tentar expressar algo, que no nosso intímo é tão nosso, tão próprio, tão singular e vem alguém dizer: "Eu sei o que tu sentes". "Tu sabes lá o que eu sinto... Não posso guardar, sequer isto só para mim... Tens que me roubar o sentimento... Deixa que seja só meu!!! Nem tudo se resume à tua pessoa...". A verdade é que quando estamos nós do outro lado somos capazes da mesma barbaridade, inconsciente, mas que não a deixa de fazer egoísta.
DTG

quinta-feira, novembro 20, 2003

Solidão
Há uns tempos defini ao que se resumia, para mim, a solidão numa frase. Coloquei-a entre aspas, mas não coloquei o autor e sinto um grande peso por isso. Confesso que não o fiz por, simplesmente, não ter a certeza do conteúdo exacto dessa frase. Agora que tenho essa certeza aqui vai:

"There´s so many things I need to say
and no one to say them to..."

(David Fonseca - "U make me believe")
DTG

quarta-feira, novembro 19, 2003

Passado
Voltar ao passado, mas sem a intenção de mudar o presente, simplesmente reatar assuntos inacabos é derrota ou vitória perante a nossa consciência? Devemos esquecer o passado, não obstante de aprendermos com o que passou ou a mera recordação, e seguir em frente ou devemos ser livres de nos percorrermos temporalmente?
Frequentemente me deparo com esta questão, sem saber se é comum a todas as pessoas... Por vezes sinto necessidade de voltar ao passado, ou melhor, áquilo que foi o meu passado. Interiorizo isso insconcientemente, ou sub-conscientemente, como uma fraqueza...
DTG

segunda-feira, novembro 17, 2003

Haver?
Haver. Pronúncia suave de existir, ter ou estar. Há? Em tudo quanto é silêncio talvez não haja nada além do silêncio. A preocupação sempre presente de garantir que o vazio não tem elementos, que continua a ser vazio. O H é vazio. Mudo. Silêncio. Como se houvesse sequer a possibilidade de haver ruído. Como se o ruído não fosse apenas o eco de um murmúrio há muito apagado.
Hoje ouvi alguém dizer que tinha muito... para dar. E chorava. E mentia. ... não se tem. Deseja-se, apenas. Como o som de um grito dado lá atrás das obscuras montanhas que nunca chegará a ser meu. Porque não estou daquele lado. Porque estou do lado que consigo estar. Como posso dizer que tenho ou que posso dar se nem sequer ouso segredar ou sibilar as mais insignificantes palavras?
Sons guturais. É isso que Há. Se, de facto, Houver...
JV


sábado, novembro 15, 2003

Frases que ficam VIII
“Nós podemos cortar com o passado. O passado é que não corta connosco”
in “Magnólia”

sexta-feira, novembro 07, 2003

Reggae
Notícia que apanhei do meio: "O icebergue tinha, aproximadamente, o tamanho da Jamaica."
Eu devo ser, de facto, muito ignorante... É óbvio que as pessoas têm muito presente qual é o tamanho da Jamaica.
"-Sr. ministro já se sabe qual a área total ardida durante o Verão?
- Sim, esses cálculos já foram feitos e concluímos que ardeu uma área de 0,34 Jamaicas".
Realmente, o critério de comparação mais utilizado é mesmo a Jamaica.
Se não nos cuidamos daqui a pouco estamos sujeitos a ouvir notícias do género: "O meteorito do tamanho de Sri-Lanka que atingiu a Terra a noite passada abriu uma cratera do tamanho de S. Salvador, e foi ouvido a mais de 1,5 Namíbias de distância.
DTG
Gripe
Tenho estado doente! Estou em casa fechado desde segunda-feira...
Hoje já estou melhor e finalmente pude abandonar um pouco a frente da televisão... É revoltante ter tantos canais e haver tão pouca coisa interessante para ser vista!!! Em parte a culpa também foi minha porque não me aguentava a ver nada nem sequer as notícias! Por falar am notícias... (esta ligação foi tão boa não foi?! Tava a falar do desinteresse da televisão e, de repente, sem ninguém repara já estou a falar em notícias. lol)
Estava eu em: por falar em notícias... Lá vi o Dr. Louçã em frente à Assembleia da República! Confesso que desconhecia o facto desse senhor ainda frequentar o Ensino Superior... Mas pelo que ouvi bem precisa. Não me tou com vontade de discutir a greve ou o que a causou, compreendam eu estou doente lol, mas outra coisa que o Dr. Louçã referiu numa entrevista durante a manifestação. Enquanto tentava enumerar os problemas do país, acho que se esqueceu de referir a falta das máquinas para testar a qualidade do ecstasy em bares e discotecas, referiu: temos o desemprego mais elevado da Europa. Acho que todos sabemos que o Dr. Louçã não é burro, pode ser muito mais coisa mas burro não. Então qual é a ideia? No própria dia foi noticiado que o desemprego, além de ter subido, estava agora nos 7,3% (ou 7,4%), enquanto a média europeia mantinha-se nos 8,5%.
Tudo tem de servir para o reles discurso barato, de sempre!!!
DTG

quinta-feira, novembro 06, 2003

Ar
Sentir que em volta não há mais que ar que se agita à nossa passagem. Saber que a cada inspiração estamos mais próximos do que nos rodeia e mais afastados do que gostaríamos de ter/ser/estar. Talvez seja essa consciência que falta. Talvez seja essa inconsciência que falta. Para quem É ou para quem Não É a diferença talvez esteja bem mais longe, bem mais afastada da planar situação em que estamos, da limitada visão que temos, da mera existência que somos.
JV