Observação
Há uns meses atrás escrevi este post que não cheguei a publicar...
“Não é espantoso?! Todo o tipo de serviços se oferecem agora via telemóvel! O último que tive a oportunidade de ver, para meu espanto, é um serviço de informação “para quem não tem tempo para ler revistas cor-de-rosa” designado por “fofocas”...
É este tipo de aberrações promovidas por pessoas talvez não menos aberrantes que marcam o dia a dia de uma sociedade necessitada de verdadeiro alimento cultural.
Mas as prioridades do “país” andam bem longe disso...”
Há uns dias escrevi este que tão bem ilustra a última frase do anterior...
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S. Jorge
Não é por ter o meu nome. A sério que não. Mas é um lugar impressionante, o castelo que cobre o topo de uma das colinas da cidade menina e moça: Lisboa. Um lugar que em dias de Verão, com o sol caindo ao longe sob o olhar lânguido e plácido do Tejo, permite ver uma Lisboa tantas vezes esquecida.
Mas os prazeres ficam caros. Agora, por decisão de não sei quem, provavelmente alguém do ministério da cultura (será que inicialmente aquela equipa seria destinada à agricultura, mas no conturbado processo de ascensão ao poder de uma força não eleita pelo povo português perdeu o “agri”?) decidiu que seria cobrada entrada em S. Jorge por três euros. Nada que surpreenda muito. Ao longo dos tempos (e de sucessivos governos, também é verdade) museus, mosteiros, conventos, castelos, palácios foram subvertidos. De locais de interesse cultural e histórico para locais de negócio. Mas o processo parece não parar e com tendência a agravar-se (eis a prova!). O país continua de tanga (precisa de ser lavada esta tanga já suja e gasta aos olhos dos portugueses...) e onde se pode cobrar mais? Na cultura, certamente... Afinal aos olhos deste governo esse será um bem menos essencial do que helicópteros, submarinos e navios de guerra...
Enquanto o miúdo (de boné para o lado e sem um dente incisivo – provavelmente aspectos da sua alma... Ou então com sonhos ultra-secretos de ganhar um bigodezinho ridículo) se entretém a brincar à “batalha naval”, o castelo de S. Jorge deixará de fazer parte do roteiro, já se si pequeno, da família portuguesa em férias. “3 euros cada um? Somos quatro... Doze euros!!! Devem estar parvos...”
Mas o melhor está ainda para vir. A cobrança não será feita a crianças e idosos. Até aqui tudo bem... O estranho é que não será feita a Lisboetas... Ok, Ok, é lá que está o monumento. Mas o que é feito do estatuto de património nacional??? “Queria entrar. Tenho que pagar?” “De onde vem o senhor?” “Venho ali dos lados de Vila Franca” “3 euros!”
Ridículo!!! Absolutamente!
E Lisboa Património da Humanidade? Pois é, pois é..."