Confronto

Duas vozes - duas visoes...
Diversidade de opinioes com direito de resposta...

segunda-feira, abril 16, 2007

Spring

A árvore por cima dos meus olhos largava flores microscópicas amarelas quando agitada pela brisa suave. Sentia a terra irregular nas minhas costas, a relva rodeando-me, como uma ilha é rodeado num mar verde. Sobre a t-shirt vermelha, as pétalas amarelas (e à minha espera folhas brancas com escritos pretos)...
E por detrás da árvore, o sol deixava-se escapar num céu que não era senão prateado, ainda que sem nuvem alguma. Não brilhava de verdade, ia brilhando, fingindo-se.

segunda-feira, março 19, 2007

Nem

Nem me apetece pensar...
Só ser produtivo de manhã é... chato! E, parvo também!
Parvo é,ainda, escrever sem ter escrito uma palavra nos últimos dias... semanas... mês e meio vá... e, esperar que alguém leia (?)
Olá

domingo, janeiro 28, 2007

sábado, janeiro 20, 2007

sábado, janeiro 13, 2007

Direito Internacional Privado

Abram alas para o Noddy (Noddy)
Com a buzina a tocar (ai ai ai)
Abram alas para o Noddy (Noddy)
Todos cá fora a brincar (ai ai ai)

Abram alas para o Noddy (Noddy)
Vamos gritar um viva
Preparar, estar pronto já
Hoje é um grande dia
O Noddy está a chegar.

Abram alas para o Noddy (Noddy)
No seu carro amarelo (ai ai ai)
Abram alas para o Noddy (Noddy)
O dia vai ser tão belo (ai ai ai)

Abram alas para o Noddy (Noddy)
Vamos gritar um viva
Vamos dançar, cantar,
O dia é de alegria
É o Noddy! Abram alas!

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Frases que ficam

"Ó gente da minha terra,
Agora é que eu percebi,
Esta tristeza que trago
Foi de vós que recebi."

Amália Rodrigues/Tiago Machado, in "Ó gente da minha terra"

sábado, janeiro 06, 2007

Eu voto SIM

Referendo Nacional sobre a Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez - 11 de Fevereiro

Movimento Jovens pelo Sim


domingo, dezembro 24, 2006

Natal

Estou a minutos de um bacalhar bem português, com a família de olhares aconchegantes sentada em volta dele. Assim também vos desejo um Natal.
Aconchegante.

sábado, dezembro 23, 2006


Por decoro social, educação ou vício a verdade é que nesta altura (é do espírito) até sabe bem desejar as Boas Festas.
Por isso: FELIZ NATAL

segunda-feira, novembro 27, 2006

As metáforas

As metáforas, a espera, as indirectas, as surpresas, os risos inesperados
as ideias, as recordações
esqueci-me e revejo-me, incessante
colado, aqui, à escrita (a mais nada!)
Será que sou sempre assim, igual? eu? qual eu, quanto de mim desejou ser diferente?
mas eu sou Diferente.
Exaltações, a pressa, e perco-me!
por quem? não fui eu que me prometi ser diferente da última vez, anterior à passada?
a dúvida, entediada até ao momento em que não há mais escolha - quando essa escolha (e daquela vez, e da outra?)
A dor, que dor, aquela outra, a mesma de sempre.
adeus, cá fico, preso ali dentro!!

domingo, novembro 19, 2006

Vozes do meu país

Sois vós, vozes do meu país, que trazeis lembranças de mim, do que sou e não do que pareço. Revelam-se em mim os pedaços perdidos, esquecidos da minha voz, dos meus gestos. A língua portuguesa traz com ela o alento da capacidade de expressão. Sou mais Eu quando falo a minha língua.

“A minha pátria é a língua portuguesa.”
Fernando Pessoa

domingo, novembro 05, 2006

Está nas palavras

Se o senhor tremia ou não das pernas... isso é algo que verdadeiramente não me interessa. Interessa-me mais o “tremer das pernas” enquanto expressão de gesto vulgar, de pequeno pedaço de vida, das coisas que vejo, consumo e esqueço como se de “fast-food” se tratasse. Ninguém repara no padrão que as pequenas sementes de sésamo podem formar num pedaço de pão, mas elas estão lá e a simples constatação da sua vulgaridade, por palavras, é em si mesmo algo novo. Há algo de metafísico nelas? Ou no “tremer das pernas”? Não sei. Nem sei se há metáfora possível para estas palavras. Mas a verdade é que o deleite que as palavras proporcionam (ou podem proporcionar) vale por si só... E pouco interessa se é o copo de leite que adoça o senhor ou vice-versa – embora fique satisfeito se alguém se deixa adoçar por um copo de leite... Soa melhor que a amargura cinzenta de alguém mergulhado na intensa actividade de pôr açucar no leite...

Eu prefiro as palavras.
E a minha leitura delas. Seja ela qual for. Nem que seja apenas um sorriso de satisfação por um momento simples que qualquer um poderia ter testemunhado.

quinta-feira, novembro 02, 2006

O senhor tremia das penas

O senhor tremia das pernas.
Só reparei nele quando gesticulou num momento de desespero, em câmara lenta. Pensei: nem a barba mal feita me fez reparar nele.
Estava no café eu, e ele também, a ler o jornal; ele estava duas mesas à minha frente.
Movimentos lentos expressavam a minha confiança, quase como o gesto do senhor. Mas, o senhor era velho!
Ele gesticulou pelo jornal de café, que outra pessoa acabara de ler. Eu não… eu tinha o meu próprio jornal, um daqueles de referência. Ele esperou, paciente e lento, que a pessoa acabasse de ler o jornal. E, gesticulou!
Eu só gesticulava a mudança de página, de forma estrategicamente pensada.
O senhor tremia das pernas! Como que cada passo sendo o último… foi buscar o jornal.
Mais tarde, o senhor comia uma sopa. Voltei a reparar nele e pensei: uma sopa!
Eu comi uma sopa também. Só que o senhor, aquele que tremia das pernas, fazia muito barulho a comer a sopa. Puxava com toda a força a sopa da colher, como se fosse a última. Eu não… eu sei sorver a sopa da colher. Sem fazer barulho, num movimento lento. Com confiança!
O senhor olhou para mim. Com uma serenidade que é impossível forçar, ou imitar. A barba mal feita fez-me lembrar um gesticular de desespero. O senhor que tremia das pernas olhou-me.
O senhor era velho. Levantou-se da cadeira e permaneceu em pé, estático. Como que pensando em cada passo que iria dar, como que pensando que algum deles poderia ser o último.
Eu comia a sopa da forma que as pessoas devem comê-la. Eu sorvia a sopa, e então levantei a tigela e pensei: não se deve levantar a tigela; as pessoas que sabem comer não levantam a tigela! Quando terminei, e estava lá o senhor parado, esqueci onde se deixa a colher… A colher deixa-se dentro ou fora da tigela? Vacilei, mas os meus movimentos eram sóbrios. Eu não sou daqueles que fico parado quando me levanto, sem saber onde ir…
O senhor, que olhava em redor da sua mesa, seguiu. Com a mesma serenidade com que me olhara, e com que ficara parado, tempos eternos, dava passo a passo. Lento… lento e velho, o senhor!
O guarda-chuva! O senhor tinha-se esquecido, algures, do guarda-chuva; e trazia-o na mão. Encontrou-o e soube voltar!
O senhor olhou em redor, sentado, em paz.
Eu tive que me levantar; e num momento de desespero sai do café. Não me lembro para onde fui…

segunda-feira, outubro 16, 2006

O cabo

"Tenho à minha frente um cabo amarelo de ligação ao mundo e uma das suas pontas está vazia. Desconectada do material para o qual foi feita. Enrolada sobre si mesma, numa espiral descendente, parece sozinha. Naturalmente sabe que está presa ao outro extremo (quase sempre há dois extremos nas coisas finitas - ou conscientes da sua finitude) e que não há isolamento no seu universo. Contudo algo a suga para o centro da espiral descendente, como se não houvesse propósito ou efeito no facto de, simplesmente, ser "ponta" de um longo cabo.

É um objecto - amarelo, tão amarelo - que, inanimado (como todos os objectos para os quais "objecto" não é insultuoso) me traz as tradicionais metáforas do discurso encriptado pelo qual opto. Mas não procuro nele nada mais que aquilo que me oferece (nem precisaria de procurar nada mais se a sua funcionalidade fosse materializada de forma distinta...) e que é, já de si, um raio de sol no espesso céu nublado que, teimosamente, persiste na janela ao meu lado (próxima ou indistinta de mim, afinal?)..."

quarta-feira, outubro 11, 2006

O novo mundo

Os dias estão contados - embora as suas durações sejam relativas e surreais.
Estão contados desde que cheguei até ao momento em que estarei de volta a casa. E a dificuldade reside também em admitir que "casa" não é mais um conceito absoluto...

A Universidade de Warwick tem vida própria, intensa, activa. A diversidade cultural é um dos pratos fortes (e um dos mais interessantes porque pratos culinários não são, de forma alguma, pontos fortes). Esta radical mudança do estilo de vida tem requerido de mim atenção a inúmeros níveis até agora ignorados. Por isso este "Confronto" estar tão vazio da minha presença... Preciso de me encher primeiro, respirar fundo, fazer deste lugar parte de mim, para que, cheio de todo este novo mundo, possa partilhar a experiência que em mim vai.

Até breve...
(São estas agora as palavras mais indefinidas que consigo dizer...)

quinta-feira, outubro 05, 2006

Um dia

Um dia parei e pensei em ti.
Fiz-te na tinta que escrevi, onde ficaste.
Esse hoje não é agora!
Não há mais tinta…

quarta-feira, setembro 20, 2006

No limbo...

Entre a saúde e a (leve) doença;
Entre a sanidade e a loucura;
Entre o desejo de partir e o de ficar;
Entre a curiosidade e o conforto;
Entre o que Sinto e o que Não sinto;
Entre o que Sou e o que, inevitavelmente, Serei...

domingo, setembro 17, 2006

Frases...

Não à bela sem senão!!!

quarta-feira, setembro 13, 2006

messenger

É curioso observar como a nossa lista de contactos do messenger pode ter vida própria, com os seus momentos e mutações...
Passando uma vista de olhos rápida sobre os tópicos que encontro:
- vejo convites para festas
- vejo o desabafo de quem está doente
- vejo a felicidade ora no que vê um seu novo concerto agendado, ora naquele que triunfalmente anuncia que está apaixonado, ora ainda no que irá a um evento desejado
- vejo a angústia de quem questionou a sua eventual morte, dissertando sobre a distância entre o amor e o ódio; e ainda outra angústia de quem teme partir

São sentimentos extravasados na nossa identificação (que desejamos identidade?) junto desta comunicação muda. Será que alguém os ouve, para além de mim? Se assim não fosse qual seria a utilidade? São gritos que querem ser ouvidos! Acredito que o são, e por isso dou-me ao mesmo: "observando os tópicos dos outros"!!!
Os títulos vão mudando, consoante o momento, o estado de alma de cada um! E, sinto-me cada vez mais na mesma.

sábado, setembro 09, 2006