Confronto

Duas vozes - duas visoes...
Diversidade de opinioes com direito de resposta...

sexta-feira, julho 29, 2005

Longe de casa
Longe de casa, longe dos confrontos do dia-a-dia... Que mais são umas férias longe de casa senão o passar por cima, ou por baixo dos nossos problemas? Para dizer a verdade, mais! bem mais... Mas também vale por isso... Por sabermos que não somos nada onde estamos, onde as pessoas não nos conhecem, não nos ouvem, não esperam nada de nós... Não é o stress pelo stress, mas a vida pela vida. Não que não se goste dela, ou não se a deseje, mas... Há sempre um mas...
E, eu estou a exorcisar o meu mas...
E, está a saber bem, por isso e pela experiência (www.inter-rail2005.blogspot.com)
Imagino que esteja tudo na mesma, mas confesso que custa não ter um jornal português para ler... Viva a internet ;) hehe

quinta-feira, julho 14, 2005

2 anos
É verdade... Ontem celebramos 2 anos de existência, muito bem lembrado Jorge!!!
2 anos é bastante tempo... Se pensar nas voltas que a vida deu entretanto, ainda mais... Vamos vivendo, melhor ou pior, e por cá vamos continuando.
Estive algum tempo desligado aqui do Confronto, não interessando agora as razões. Mas nunca deixei de aqui estar, ainda assim. Nós sabemos sempre reconhecer aquilo que é o nosso porto seguro. E, o confronto é um porto seguro. É onde me abrigo, definho e acabo por conseguir renascer. E, ainda que eu estivesse longe ele não me virou as costas; quis-me ouvir e ao fazê-lo entendeu e fez-me regressar.
Por isso, aqui estou, como há dois anos, com todo o empenho. Com o maior gosto por partilhar este cantinho contigo Jorge, e saber que, mesmo depois de tantos confrontos, ainda estamos juntos (salvo seja), e ainda mais unidos...
Até daqui a um ano, salvo seja hehe

quarta-feira, julho 13, 2005

2 anos de confronto

Há confronto em mim...

...A cada passo.
O tempo não cessa.

...A cada voz.
Pelos outros que fazem “Eu” do que sou.

...A cada palavra.
Da palavra feita por mim, para mim...

...À palavra urgente, indomável, insensível.
A ela, dominante até do que sinto, saúdo, em derrota, a sua Vitória.

terça-feira, julho 12, 2005

Um lugar no autocarro

O autocarro não vai cheio. Está naquele meio termo em que restam poucos lugares e há quem não se queira sentar e prefira ocupar a parte central, mais larga, de pé. Por uma questão de ar, de espaço, de fuga a um sentimento, ainda que reduzido, de claustrofobia. Alguém de idade avançada entra. É notado à distância. No seu andar trôpego e sorriso afável há a carência de uma palavra, de um gesto. A nobreza da pessoa que se distinguir será por todos admirada. Por todos os que sentem a humildade e a gentileza como lugares de visita merecida (e devida, talvez...). Mas os actos de altruísmo demoram a ser assimilados. É necessário afirmar convictamente a nível interno. Demora a transparecer.

Subitamente alguém resolve agir por impulso, por coração. Não pensa, não afirma, não transmite, não assimila. Apenas transparece. E assim quase humilha as boas almas que foram por si ultrapassadas. Elas sentem-se de honra quebrada, de estatuto rebaixado. Quase indignas da sua nobreza. Tão indignas que nem seguem até ao fim da viagem. O ar fica pesado em seu redor.

Como se dissesse: “Até na honra te ultrapassam.”

sábado, julho 09, 2005

Dar pérolas a porcos

Expludo:
Assim me sinto, assim, fechado em mim. Com palavras em ebulição. Com vontade de aqui escrever coisas. Coisas que ao último momento desaparecem da mente. Tento escrever, mas não consigo porque não sou mais que vento. Vento que passa e anda. Vento que ruge enfurecido nos momentos em que é, ele próprio, varrido por um destino ladrão de palavras.

Explico:
Lanço durante meia hora um esforço da minha mente para trazer algo de novo à vida. E no fim, esse algo de novo evapora-se como se nunca tivesse existido. E não serei jamais capaz de reproduzi-lo fielmente.

Concluo:
Fugacidade da escrita. A tecla "delete" tão perto, ameaçadora, voraz.

quarta-feira, julho 06, 2005

Calçada
A calçada observa-nos e grita...
Toda a cidade grita ou canta!
Somos nós que silenciamos a cidade, no burburinho do fumo dos carro. Passamos sisudos entre os olhares desconfiados: "Por que me olhas?!" "Também tu estás a olhar..." comunicamos. Mas, podemos parar, sentar e ser a calçada. Onde(?) está a alegria da cidade em nós, porque ela, ainda assim, canta. Onde(?) está a animação das peixeiras que berram aos sisudos que não o eram, ou os vendedores ambulantes espezinhados pelas pessoas sisudas que passam entre o fumo dos carros, pois olham desconfiadas enquanto correm nos seus deveres, porque ninguém passeia mais na cidade silenciada. Porque, para passear, as pessoas sisudas e desconfiadas que não cantam com a cidade mas teimam em silenciá-la, vão ver as montras dos centros comerciais que não deixam existir os vendedores ambulantes. Mas eles, passeavam enquanto trabalhavam; e as pessoas sisudas que esquecem a calçada que pisam, e a fazem gritar, não passeiam enquanto trabalham, porque não olham nem são a alegria da cidade, e não passeiam enquanto passeiam, porque não estão na cidade.

terça-feira, julho 05, 2005

Dor?

Na ausência de Si, até a dor é bem-vinda.
E ela não se revelar é, em si mesmo, dor?
É possível sofrer pela consciência da insignificância do próprio sofrimento?

Dói pouco. Por isso dói muito.

sábado, julho 02, 2005

Falar

A grandeza das coisas que se nos apresentam não deve ofuscar a importâncias daquelas mais terrenas com nos deparamos.


(Jorge, a brincar mas aqui está ;p )