Banalidades ilegais 4 – Conversas de autocarro (1).
Já não é a primeira e creio que não será a última vez que me deparo diariamente com a decadência das “conversas de autocarro”. Na nossa STCP há de tudo! Monotonia é adjectivo impossível de usar nas viagens do 35, 37, 52, 78, bem no coração da invicta. Começa pelo tradicional aperto. Um homem de dois metros de altura, insensível à presença de outros seres, esmaga alguém contra o vidro... à entrada ouve-se gritar numa arrogância semelhante à usada no pugilismo: “Cheguem-se para trás!!! Tanto espaço por aí... É sempre a mesma coisa, carago!” (Note-se aqui que carago representa um eufemismo muito bem educado da realidade). Os gritos continuam e se alguém se conseguisse mexer, mexer-se-ia para bem longe... O autocarro pára, o homem acotovela para sair (sempre aos berros) e chegado à porta pára e aponta veementemente para trás. “Estão a ver? Porque é que ficam todos aqui?” A porta fecha, o motorista arranca “Alto!!! Abra a porta! Olha a porta!” grunhe o homem que estava prestes a levar com um berreiro de um grupo de mulheres “E ficou à porta a discutir em vez de sair. Ó homem, vai...” E a educação (ainda não subvertida pela cultura de autocarro) impede-me de continuar a divagar sobre os pensamentos e palavras da mulher.
Proposta de lei: Proibido elevar a voz além do sussurro em transportes públicos e proibido usar a expressão “Cheguem para trás!”.
Punição: Forçar o transgressor a tirar carta de pesados (para transportes públicas) e obrigá-lo a aturar transgressores ainda piores (actores contratados pelo estado).
JV
Já não é a primeira e creio que não será a última vez que me deparo diariamente com a decadência das “conversas de autocarro”. Na nossa STCP há de tudo! Monotonia é adjectivo impossível de usar nas viagens do 35, 37, 52, 78, bem no coração da invicta. Começa pelo tradicional aperto. Um homem de dois metros de altura, insensível à presença de outros seres, esmaga alguém contra o vidro... à entrada ouve-se gritar numa arrogância semelhante à usada no pugilismo: “Cheguem-se para trás!!! Tanto espaço por aí... É sempre a mesma coisa, carago!” (Note-se aqui que carago representa um eufemismo muito bem educado da realidade). Os gritos continuam e se alguém se conseguisse mexer, mexer-se-ia para bem longe... O autocarro pára, o homem acotovela para sair (sempre aos berros) e chegado à porta pára e aponta veementemente para trás. “Estão a ver? Porque é que ficam todos aqui?” A porta fecha, o motorista arranca “Alto!!! Abra a porta! Olha a porta!” grunhe o homem que estava prestes a levar com um berreiro de um grupo de mulheres “E ficou à porta a discutir em vez de sair. Ó homem, vai...” E a educação (ainda não subvertida pela cultura de autocarro) impede-me de continuar a divagar sobre os pensamentos e palavras da mulher.
Proposta de lei: Proibido elevar a voz além do sussurro em transportes públicos e proibido usar a expressão “Cheguem para trás!”.
Punição: Forçar o transgressor a tirar carta de pesados (para transportes públicas) e obrigá-lo a aturar transgressores ainda piores (actores contratados pelo estado).
JV
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