Os portugueses e as bolas (2)
È verdadeiramente impressionante a quantidade de barbaridades que se conseguem proferir em alguns segundos... Via n outro dia uma reportagem sobre a loucura da corrida aos bilhetes para a inauguração do novo estádio do Benfica. Pessoas que esperaram INCONTÁVEIS HORAS, FALTANDO AO EMPREGO, ARRISCANDO O DESPEDIMENTO PARA GASTAR BALÚRIDOS EM TEMPO DE CRISE NUM MÍSERO BILHETE PARA VER 22 MORCÕES (ricos pelas suas pernas de ouro enquanto outros têm as mãos cheias de calos) ATRÁS DE UMA ESFERA ROLANTE SOBRE UM PLANO ESVERDEADO.
Um homem dizia que tinha faltado ao emprego, que não sabia se seria despedido por causa disso, mas que valia a pena, pelo Benfica. Quem, no seu perfeito juízo, pode agir deste modo? Este fanatismo social pelo futebol é, provavelmente, fonte de graves problemas culturais. Um(a) fanático/a é capaz de dispensar mais de cinquenta euros para ir ver um jogo de futebol e se alguém o(a) convida para gastar dez euros numa peça de teatro é capaz de comentar “Teatro? Eu? É muito caro, não estou para gastar dinheiro nessas coisas. Estamos em crise”.
Mas em tempo de crise ou não há sempre dinheiro para o futebol.
E o impressionante é que quando os bilhetes são mais caros é quando os estádios mais enchem... E para isso estamos bem da vida. Agora, se o filho gosta de ler e quer comprar um livro, “azar que não estamos em tempo de gastos superficiais”.
JV
È verdadeiramente impressionante a quantidade de barbaridades que se conseguem proferir em alguns segundos... Via n outro dia uma reportagem sobre a loucura da corrida aos bilhetes para a inauguração do novo estádio do Benfica. Pessoas que esperaram INCONTÁVEIS HORAS, FALTANDO AO EMPREGO, ARRISCANDO O DESPEDIMENTO PARA GASTAR BALÚRIDOS EM TEMPO DE CRISE NUM MÍSERO BILHETE PARA VER 22 MORCÕES (ricos pelas suas pernas de ouro enquanto outros têm as mãos cheias de calos) ATRÁS DE UMA ESFERA ROLANTE SOBRE UM PLANO ESVERDEADO.
Um homem dizia que tinha faltado ao emprego, que não sabia se seria despedido por causa disso, mas que valia a pena, pelo Benfica. Quem, no seu perfeito juízo, pode agir deste modo? Este fanatismo social pelo futebol é, provavelmente, fonte de graves problemas culturais. Um(a) fanático/a é capaz de dispensar mais de cinquenta euros para ir ver um jogo de futebol e se alguém o(a) convida para gastar dez euros numa peça de teatro é capaz de comentar “Teatro? Eu? É muito caro, não estou para gastar dinheiro nessas coisas. Estamos em crise”.
Mas em tempo de crise ou não há sempre dinheiro para o futebol.
E o impressionante é que quando os bilhetes são mais caros é quando os estádios mais enchem... E para isso estamos bem da vida. Agora, se o filho gosta de ler e quer comprar um livro, “azar que não estamos em tempo de gastos superficiais”.
JV
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