A comédia do governo

Na verdade demorei muito a decidir se valeria a pena salientar o óbvio. Mas vale a pena, quanto mais não seja pela barrigada de riso que este novo governo, depois da desilusão da sua mera existência, tem proporcionado a todos os que seguiram atentamente (e se calhar nem é preciso tanto) todo o processo de formação do governo e tomada de posse.
É a desorganização total. Secretarias de estado “sorteadas” para os tachos que Santana pretende distribuir... Ministros que desconhecem o nome da própria pasta (e quanto a este, já aqui falei, foi dos melhores momentos televisivos do ano!!!), ministérios que seriam deslocalizados e que já não o são. São-no as secretarias de estado numa tentativa de ludibriar os portugueses afirmando que se trata de verdadeira descentralização... Enfim, quem gosta de dizer as coisas no calor do momento sofre as consequências.
Mas há que admiti-lo: Santana tem charme. Parece que adoça o discurso político. Seduz com a sua lábia experiente (provavelmente treinada pelos engates à porta de uma qualquer discoteca da capital). Esperemos que o povo português não caia do canto da Sereia e consiga discernir o discurso melado da verdadeira actividade política...